empresa humana ou humano empresa

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OU HUM a NO e M p R esa ?
Daniel Pereira a n
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e, professor da FGV- eae SP, [e-mail] gv executivo 39
Ao contrário do que prega tal discur
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so, essas novas práticas administrati
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vas tendem a precarizar, em vez de melhorar, as condições de trabalho e o bem-estar e dignidade das pessoas.
Para compreender de que forma ocorre esse distanciamento entre discur
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so e prática, a seguir procuramos escla
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recer no que consiste exatamente a atual
“valorização” do ser humano no mundo corporativo, e discutimos as suas conse
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quências na vida das pessoas.
DISCURSO
Anos atrás, me deparei com um livro sobre retenção de talentos, pro
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duzido por uma famosa empresa de consultoria. O texto anunciava uma importante mudança, a partir de uma nova concepção sobre as pessoas na organização: em vez de um recurso que se consome com o tempo e preci
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sa ser reposto periodicamente, elas passariam a ser vistas como um capital a ser valorizado, por constituir o núcleo gerador de valor das empresas.
A lógica da “empresa humana” estava claramente estabelecida ali.
Juntamente com uma crítica às concepções tradicionais de recursos humanos, esse discurso trazia embuti
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da uma nova visão do ser humano na organização, atribuindo-lhe uma pos
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tura muito mais ativa e participativa no processo de geração de valor, em que qualidades como criatividade, comunicabilidade, afetividade, inicia
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tiva e capacidade de decidir são valo
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rizadas. Dado que essas qualidades são inseparáveis do trabalhador e não podem ser produzidas diretamente pela empresa, os seres humanos pas
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sam a ser vistos como elementos estra
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tégicos de formação de capital. As empresas passam assim a valorizar as pessoas como seus principais ativos, e com isso a visão tradicional dos recur
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sos humanos é substituída pela de
“capital humano”.
CAPITAL HUMANO
A noção de capital humano não é,