Em nome da razão - Um filme sobre os porões da loucura (1979) A patologia por trás das ações realizadas em nome do racional

1381 palavras 6 páginas
Em nome da razão é um documentário dirigido e produzido no final dos anos 70, mas precisamente em 1979, pelo cineasta, e na época, estudante do 4° período de psicologia, Helvécio Retton. Foi produzido em parceria com o Grupo Novo de Cinema e TV e com a Associação Mineira de Saúde Mental. O cenário documentado foi o hospital colônia Barbacena em Minas Gerais, onde se retratou a situação manicomial da época, trazendo grande embate acerca desse assunto e corroborando para o fortalecimento da reforma psiquiátrica no Brasil.
O filme aborda em cerca de 30 minutos, a situação dos “loucos” antes da reforma psiquiátrica. As cenas realizadas em Barbacena trazem a tona o total descaso e insignificância daqueles que eram colocados nas instituições manicomiais naquela época. Onde, eram literalmente jogados, não somente aqueles que de fato tinham algum distúrbio mental, mas também, todos os que eram execrados pelos conceitos da sociedade, como mendigos, prostitutas, mães solteiras, entre outros.
Os hospícios eram como depósitos, onde a sociedade jogava e escondia aqueles que não se encaixavam no padrão considerado normal da sociedade, ou até mesmo os que questionavam certos dogmas. Os que lá eram deixados viviam em condições desumanas, tratados como animais. Eram degradados física e moralmente, como mostra o documentário. Além disso, havia uma medicalização inescrupulosa e sem considerar o real quadro patológico, quando havia, dos pacientes.
Corroborando para essa falta de interesse das instituições em questionar se todos os que lá estavam, realmente se enquadravam no rótulo de “doente mental”, deve- se a interesses econômicos e políticos, já que as instituições psiquiátricas eram atreladas ao sistema de saúde publica brasileiro, e quanto mais pacientes essas obtinham, maiores os subsídios e os lucros financiados pelo governo.
A alta medicalização era feita, muitas vezes, de forma igual para todos, e em altas doses, para controlar e amansar todos os internos, mas a

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