EDUCA O
A sociedade brasileira das décadas de 50 e 60 estavam animadas com a ideia de desenvolvimento, mas para Paulo Freire era preciso haver uma conscientização da camada popular sobre seu espaço e tempo. Assim, conquistar a "consciência crítica" implicava alcançar um nível de consciência que contribuísse para a hegemonia de uma "moderna" classe dominante e de um projeto de reformas. A conscientização, como intermediação político-pedagógica, poderia atingir todas as classes e o diálogo deveria conduzir o "entendimento geral para o desenvolvimento de todos", da Nação. A alfabetização de adultos, poderia contribuir, com eficácia e rapidez, para que milhares de pessoas, ao serem alfabetizadas, tivessem consciência crítica para votar nos candidatos “progressistas”.
PEDAGOGIA DO OPRIMIDO E AÇÃO CULTURAL Na obra Pedagogia do Oprimido os pensamentos marxianos e marxistas se aproximaram principalmente quanto a uma leitura da realidade que leva em consideração, por exemplo, as questões relativas às classes sociais e ao conflito entre elas. Também é na Pedagogia do Oprimido que Freire "começa a ver" (segundo suas palavras) a politicidade do ato educativo com maior nitidez, embora a educação ainda não seja explicitada em sua inteireza política, mas apenas em seus "aspectos" políticos.
As reflexões do autor não são sobre a pedagogia em geral, mas sobre "alguns aspectos" de uma pedagogia "do oprimido". Neste caminho, sobressai o entendimento sobre o "oprimido" como categoria política, assim como sobre uma prática educativa que prioriza suas necessidades e interesses "de classe" numa situação de opressão sócio-política que tenta construir seu contrário, isto é, a libertação.
A questão dialógica é a base da pedagogia freiriana. A questão dialógica que antes era vista como algo romântica, depois, nessa fase de estudos em Marx, é mergulhada nas lutas sociais e, cada vez mais, categorizada como parte do que o autor denomina "ação cultural