Dor em recem nascido
Ruth Guinsburg | J Pediatr (Rio J) 1999;75(3):149-60 | RESUMO | Objetivos: atualizar e divulgar os conhecimentos disponíveis a respeito das técnicas de avaliação e das medidas para o alívio da dor no recém-nascidoMétodo: revisão da literatura médica dos últimos 10 anos, incluindo livros-texto, revisões, metanálises, trabalhos prospectivos randomizados e controlados, além de estudos retrospectivos e relatos de casos. Esse material foi confrontado com a experiência do serviço e do autor em relação à avaliação e ao tratamento da dor do recém-nascido.Resultados: a dificuldade de avaliação da dor constitui-se no maior obstáculo ao tratamento adequado da dor no período neonatal. Existem hoje vários instrumentos validados para avaliar a dor do recém-nascido, destacando-se a análise da mímica facial, e as escalas multidimensionais como NIPS, PIPP e CRIES. O tratamento da dor baseia-se em medidas não farmacológicas, como a sucção não nutritiva e água com açúcar, e no uso de analgésicos Dentre os medicamentos destacam-se o paracetamol, os opióides, que são a principal arma no tratamento da dor aguda, e os anestésicos locais. Os sedativos, como os diazepínicos, diminuem a atividade e a agitação do paciente, mas não aliviam a dor. Conclusão: do ponto de vista médico, ético e humanitário, a dor do recém-nascido deve ser considerada e tratada. |
Importância do estudo da dor no recém-nascidoO desenvolvimento das unidades de terapia intensiva neonatais tem proporcionado uma diminuição da mortalidade de recém-nascidos gravemente enfermos, prematuros ou não. Paralelamente à sofisticação dos recursos terapêuticos, um maior número de exames e procedimentos invasivos são necessários para garantir a sobrevivência desses neonatos. Ou seja, a sobrevivência ao período neonatal tem um custo para o paciente, que inclui a dor. Calcula-se que cada recém-nascido internado em unidade de terapia intensiva receba cerca de 50 a 150