Diálogo de Foucault com a Psicanálise

2563 palavras 11 páginas
“Dialogo de Foucault com a Psicanálise”

Se em geral uma teoria cientifica tende a construir formulações que preencham uma falta de saber, oferecendo domínio em relação ao objeto que se estuda, a psicanálise se diferencia ao propor uma relação especial com seu saber. A maneira própria, que se configura também uma ética, de a psicanálise se relacionar com seu objeto pesquisado, o homem e sua psique, e de produzir conhecimento sobre ele, parece ter sido um dos pontos de afinidade de Foucault com a psicanálise. Talvez este ponto tenha sido responsável pelos maiores elogios feitos pelo filósofo. Assim, quando no último capítulo de “As palavras e as coisas” (1966), Michel Foucault sela sua admiração pela psicanálise, considerando-a uma contraciência que questiona radicalmente o projeto de um saber “científico” sobre o homem, temos um dos momentos de maior elogio de Foucault a psicanálise.
Nota-se que o diálogo de Foucault com a psicanálise é marcado por elogios e criticas, tendendo cada vez mais para o lado da crítica que, por sua vez, são cada vez mais severas. Em 1976, quando publica o primeiro volume da História da sexualidade, intitulado “A vontade de saber”, Foucault dirige à psicanálise aquela que foi provavelmente sua maior crítica, ao inscrevê-la imersa na engrenagem dos mecanismos do biopoder. Se seus livros anteriores já apresentavam críticas ao pensamento freudiano, estas eram sempre matizadas e se alternavam a elogios que se dirigiam principalmente a desconstrução de paradigmas que o pensamento psicanalítico propiciava. No entanto, no momento da História da sexualidade Foucault tece sua critica decisiva acusando as relações de poder que estariam presentes no interior da psicanálise.
A reflexão sobre as relações de poder presentes nas instituições psicanalíticas e na situação de análise foram, ao meu ver, um dos principais pontos do curso que tivemos ao longo do semestre. Nele, a acusação de Foucault pôde ser adotada como um

Relacionados

  • Educa O Tem Tica Digital Campinas 11 Esp 2010 O Edipo De Foucault Nao E O De Freudel Edipo De Foucault No Es De Freud
    7150 palavras | 29 páginas
  • Etica
    549 palavras | 3 páginas
  • Sexuação e formas contemporâneas de representação
    4494 palavras | 18 páginas
  • A problemática da verdade na psicanálise e na genealogia
    6341 palavras | 26 páginas
  • Sujeito em Michael foucault
    2278 palavras | 10 páginas
  • a psicanalise
    726 palavras | 3 páginas
  • “A casa dos loucos” em a microfísica do poder de michel foucault
    3147 palavras | 13 páginas
  • Artigo
    4887 palavras | 20 páginas
  • Analista
    2488 palavras | 10 páginas
  • inimputabilidade penal
    11573 palavras | 47 páginas