Discussões em torno de "O Processo Civilizador" de Norbert Elias
1) A formação de Monopólio pode ser descrita através de uma sequência: numa sociedade, há um determinado número de pessoas e outro determinado número de oportunidades, porém menor que o número de pessoas. À medida que o tempo passa, uma pessoa lutará contra a outra por uma oportunidade, e dificilmente se manterá em equilíbrio esta luta ou um deles não saíra em triunfo. Conforme os vencedores ganham, suas oportunidades aumentam, e as dos derrotados diminuem, até que vitoriosos lutarão contra vitoriosos, eliminando cada vez mais participantes e um número menor de pessoas passa a ter o controle das possibilidades, até que sobra um só indivíduo detentor do poder e das possibilidades, enquanto todo o resto passa a depender dele.
Já o Mecanismo Régio pode ser definido como a configuração de uma autoridade central frente a uma “ambivalência de interesses dos mais importantes grupos funcionais” (no caso, burguesia e nobreza), onde esta ambivalência se torna tão grande e o poder é distribuído entre eles.
2) Sociogênese se refere a um processo que ocorre no interior dos processos históricos e se relaciona com o comportamento dos indivíduos que vão se moldando e se modificando de acordo com os fatos históricos e sociais. Isto se revela em “O Processo Civilizador” em diversos momentos, sendo abordado tanto enquanto Elias discorre sobre Monopólio e mais tarde, sobre o Mecanismo Régio. Esta nova sociedade, que vive o processo de formação do Estado e da civilização, tem de se adequar aos novos processos de convivência. Isso é citado por Elias quando ele fala sobre o Mecanismo Régio, onde a burguesia e a nobreza têm de ser hora amigas, hora inimigas, moldando suas atitudes de acordo com o interesse de ambas, e elas fazem isso sem perceber. Notamos isso também quando Elias fala sobre a formação de Monopólio, onde diz que grupos fazem valer, pela força, seu poder seu poder social sobre os governantes monopolistas,