Difteria
A difteria ou crupe é uma doença infectocontagiosa causada pela toxina do bacilo Corynebacterium diphteriae, que provoca inflamação e lesão em partes das vias respiratórias (amígdalas, faringe, laringe, traqueia, brônquios, nariz) e, às vezes, da pele.[1] A mortalidade total é de 5-10%, subindo para 20% em crianças pequenas e adultos com mais de 40.
Causa
A Corynebacterium diphteriae é uma bactéria com formas pleomórficas bacilares Gram-positivas, agrupando-se em configurações semelhantes a "caracteres chineses".
A Corynebacterium diphteriae não é invasiva e limita-se à multiplicação local na faringe. Contudo, a doença tem efeitos sistémicos potencialmente mortais, devido à produção e disseminação pelo sangue da sua poderosa toxina da difteria. Só as bactérias que estiverem elas próprias infectadas por um fago, que contém o gene da toxina, podem produzi-la e, portanto, causar a doença. A toxina é do tipo AB. A região B é específica para um receptor membranar existente nas células alvo, provocando após acoplagem a internalização da toxina por endocitose. A região A tem a atividade tóxica propriamente dita: ela bloqueia irreversivelmente o sistema da síntese de novas proteínas (tem atividade de ADP ribosil transferase, ribosila o factor de enlongação eEF2, impedindo a tradução no ribossoma), o que inevitavelmente provoca a morte celular.
A bactéria localiza-se nas vias aéreas superiores, formando-se na orofaringe a placa diftérica (pseudomembrana) que se apresenta com colaboração branco-acinzentado / branco-amarelada, recobrindo inclusive as amígdalas. A infecção pode estender-se às fossas nasais, laringe, traqueia e brônquios.
Transmissão
Por gotinhas de saliva na tosse, espirro ou ao falar da pessoa doente ou do portador com pessoa suscetível ou por contato com a pele contaminada. Muitos dos portadores não tem sintomas e passam a bactéria em diante sem saber. A transmissão aumenta em épocas frias e de chuvas, quando as pessoas se aglomeram mais.