Desafios conteporaneos da reconceituação do serviço social
O Movimento de Reconceituação, tal como se expressou em sua tônica dominante na
América Latina, representou um marco decisivo no desencadeamento do processo de revisão crítica do Serviço Social no continente. O Brasil desempenhou, ao lado da Argentina, Chile e
Uruguai, um papel de destaque na articulação das inquietudes profissionais no continente.
O movimento da reconceituação adotou várias versões do marxismo como matrizes teóricas, incluindo, inicialmente, a influência de fontes marxistas simplificadoras, entre elas o empirismo influenciado pelo maoísmo e o epistemologismo de inspiração estruturalista, como identificado por Netto (1994). A partir dos anos 90, assistimos a um movimento de sistematização teórica mais rigorosa, através de um retomo à obra marciana e/ou de uma busca de outros autores de peso do chamado marxismo ocidental, curro Luckàcs e Gramsci, e que se traduziu inclusive através de uma reflexão critica sobre a história da profissão no país (lamamoto e Carvalho, 1982; Neto, 1992 e 1994). Apesar de constituir um debate muito complexo, e que exige necessariamente um aprofundamento que não pode ser realizado no escopo desta resposta, é possível afirmar que o processo de reconceituação reproduziu dentro da profissão um recalcamento1 da temática da subjetividade, principalmente de seus aspectos não cognitivos, relacionados ao inconsciente, à personalidade, à sexualidade e ao campo das emoções.
_____________________________________________________________________________
Universalização de acesso aos serviços sociais; expansão da cobertura de beneficios sociais; certo afrouxamento do vínculo contributivo com princípio estruturante do sistema; seguridade social com configuração mais abrangente (previdência, saúde e assistência social)
Recuperação e redefinição de patamares mínimos de valores dos beneficios sociais; maior comprometimento do estado e sociedade no financiamento de todo sistema.