Demografia
A grande figura da Demografia a nível mundial foi A. SAUVY (1889-1990) em França e o seu momento institucional forte foi a criação do INED (Institut National d’Études Démographiques, Paris), no pós-guerra.
Mas uma das teorias que mais impacte teve nas origens da Demografia foi a teoria da transição demográfica, de LANDRY (1874-1956).
A Teoria da transição demográfica
Ao publicar “A Revolução demográfica” (1934), Landry propõe um esquema da evolução das populações e impõe um conceito fundamental – o de “regime demográfico”.
Um “regime demográfico” é, para Landry, uma certa relação, característica, entre natalidade (relação entre nascimentos e população total), mortalidade (relação entre número de mortes e população total), e crescimento da população (sendo este o saldo, ou diferença entre as duas taxas). Landry realça que a mesma taxa de crescimento pode resultar da relação entre níveis de natalidade e de mortalidade muito diferentes, eles mesmos resultantes de situações sociais (sanitárias, económicas, culturais), radicalmente distintas, como veremos.
Landry identifica três regimes demográficos :
Regime “Primitivo”
Neste "regime" não existe limitação dos nascimentos, mas a mortalidade é elevada. A regulação do crescimento da população faz-se, de maneira cíclica, pelo nível de recursos disponíveis (aumentando a mortalidade quando começam a escassear os recursos). Com efeito, a ausência de limitação dos nascimentos resulta numa tendência ao aumento da população total; ora, sendo o nível de recurso tendencialmente constante, o crescimento da população tem por efeito fazer baixar o nível de vida. Por seu turno, a degradação das condições de vida induz um aumento da mortalidade. O equilíbrio restabelece-se quando as taxas de natalidade e de mortalidade se encontram a níveis equivalentes. O regime demográfico "primitivo" corresponde à situação demográfica de populações pré-industriais.