De volta à cidade
1. A nova questão urbana: produtividade e competitividade
Entre os modelos de planejamento urbano que concorrem para ocupar o trono deixado vazio pela derrocada do tradicional padrão tecnocrático-centralizado-autoritário está o do chamado planejamento estratégico.
O planejamento estratégico, segundo seus defensores, deve ser adotado pelos governos locais em razão de estarem às cidades submetidas às mesmas condições e desafios que as empresas.
Transposição de démarche estratégia para a gestão urbana, porque as cidades vêm sendo desafiadas por mutações idênticas.
Em Calls é ainda mais clara a ênfase na caracterização da démarche estratégia como uma imposição do ambiente de concorrência, inclusive interurbana, incerto e instável.
Se durante largo período o debate acerca da questão urbana remetia, entre outros, a temas como crescimento desordenado, reprodução da força de trabalho, equipamentos de consumo coletivo, movimentos sociais urbanos, racionalização do uso do solo, a nova questão urbana teria, agora como nexo central a problemática da competitividade urbana.
Competir pelo investimento de capital, tecnologia e competência gerencial;
Competir na atração de novas indústrias e negócios;
Competir na atração de força de trabalho adequadamente qualifica.
Ao longo de todo o trabalho, e praticamente na seção final, se procura evidenciar que esse projeto de cidade por interesses empresariais globalizados e depende, em grande medida, do banimento da política e da eliminação do conflito e das condições de exercício da cidadania.
Subjacente ao exercício analítico está à intenção de discutir se, e até que ponto, é aceitável a postulação dos propugnadores do planejamento estratégico urbano de que sua adoção seria o único meio eficaz para fazer frente às novas condições impostas pela globalização as cidades e aos poderes locais.
2. Cidade-mercadoria: a cidade-objeto de luxo
A mercadotecnica da cidade, vender a cidade,