Cárcere das almas

O soneto Cárcere das Almas de Cruz e Souza é composto por 14 versos distribuídos em quatro estrofes, sendo dois quartetos e dois tercetos. Possui versos decassílabos como no verso 1 (Ah! /To/da /a/AL/ma/num/car/ce/re/an/pré/as.
O esquema rítmico é ABBA, CCD, EED, apresentando rimas internas, assonância como em mares, estrelas, tardes, natureza( repetição dos sons /a/e/e/) e aliterações como acontece em “Nesses silêncios solitários, graves” (repetição do som /s/). Tem-se nos versos 1,2,13 e 14 esquema de rimas denominadas heróicos,pois tem o acento principal na 6º e 10º sílabas.Já os versos 5º e 12º tem acento na 4º,8º e 10º sílabas métrica assim denominadas de decassílabos sáficos.
O enigma que temos no título “Cárcere das Almas”,sendo que cárcere conforme o dicionário Aurélio quer dizer prisão que logo mais aparece”Soluçando nas trevas,entre as grades”,o que nos dá a entender que é nessa prisão que se encontram “as almas” como aparece no verso 9”Ó almas presas”sendo não somente do eu lírico ,mas sim de todas as almas existentes.
As expressões presa,grades,prisões e calabouço participam do mesmo campo semântico já as expressões mares,estrelas,tardes,natureza,liberdade se opõem ao campo semântico de cárcere.
Como a alma está presa conforme os versos 9,10 e 11,podemos destacar que e sua vida estaria numa escuridão sem vida e já o eu lírico sonha eu ter a liberdade com espaço de pureza suprema que seria o espaço celestial,este caracterizado no poema como “Espaço da Pureza”.
As letras maiúsculas usadas no inicio das palavras nos remetem a significados simbólicos como em Espaço da Pureza o qual nos faz pensar que o eu lírico quer o contato espiritual, já em Dor pode ser caracterizada como a dor de viver e a palavra Mistério como dúvidas que cada um de nos pode se deparar em algum momento da vida.
Na última estrofe podemos dizer que o eu lírico procura valores espirituais como solução e que possibilite que a alma encontre a libertação