Critérios para definir a filosofia

A tentativa de se definir filosofia se liga, tão somente, a uma determinada corrente tida como certa e verdadeira, que se propõe a encaixar o diverso e heterogêneo em conceitos estanques e restritos. Feita tal advertência é que se deve compreender a tentativa e problemática (para não dizer riscos) de se estabelecer critérios para conceituar a filosofia. Partindo dessa premissa, o Prof. Gonçalo propõe a reflexão acerca de antes de se definir ou buscar conceitos, é que se deve tentar a desconstrução destes, na medida em que não existe um modelo pronto e acabado que consiga abarcar a miscelânea de possibilidades cognoscíveis do próprio filósofo bem como de uma delimitação única do objeto a ser estudado pela filosofia.
Nesta perspectiva ao afirmar e conceituar a filosofia, Prof. Gonçalo adverte que se está restringindo, e ao mesmo tempo, excluindo ideias e filósofos que são, sem sombra de dúvida, expoentes importantes para o campo filosófico. Assim, o ato de intitular a filosofia sobre certo prisma incorre em renegar toda uma visão e realidade existentes, tendo em vista que o filósofo na tentativa de estabelecer um conceito geral de filosofia, na realidade, está afirmando como a filosofia deva ser e não como ela é ou tem sido. Ou melhor, a definição de filosofia está diretamente relacionada com a visão de mundo e do contexto sócio-histórico que o filósofo ou erudito que pretenda tal empreitada conceitual está inserido, fato que, faz o Prof. Gonçalo afirmar que não existe a filosofia, e sim filosofias.
Além disso, a filosofia existe para olhar criticamente determinado tema e ao mesmo tempo se diferir de ciências exatas como a matemática, pois assim não haveria antagonismos nem mesmo debates filosóficos. Outrossim, se o próprio filósofo define a filosofia segundo a sua perspectiva, também, o objeto de estudo não é uno ou restrito a concepção adotada. O objeto da filosofia não está circunscrito a conceitos estanques e solidificados, tendo em vista que não existe um