CORPO ANTROPOLOGIA E FILOSOFIA
“A ênfase na formação profissional em educação física ainda se refere ao homem e ao seu corpo como entidades primordialmente biológicas.” (DAOLIO, p.25)
“O corpo é uma síntese da cultura, porque expressa elementos específicos da sociedade da qual faz parte. O homem, através do seu corpo, vai assimilando e se apropriando dos valores, normas e costumes sociais, num processo de incorporação.” (DAOLIO, p.25)
Marcel Mauss, um antropólogo francês, definiu as técnicas corporais, já na década de 30, como as maneiras de se comportar de cada sociedade. Mauss considerou os gestos e os movimentos corporais como técnicas próprias da cultura, passíveis de transmissão através das gerações e imbuídas de significados específicos. Técnicas corporais culturais, porque toda técnica é um hábito tradicional , que passa de pai para filho, de geração para geração. Segundo ele, só é possível falar em técnica, por ser cultural (MAUSS, 1974).
KOFES (1985), reforçando esse ponto de vista, afirma que o corpo é expressão da cultura, portanto cada cultura vai se expressar através de diferentes corpos, porque se expressa diferentemente enquanto cultura.
“Consequentemente, atuar no corpo implica em atuar sobre a sociedade na qual este corpo está inserido. Todas as práticas institucionais que envolvem o corpo humano - e a Educação Física faz parte delas - sejam elas educativas, recreativas, reabilitadoras ou expressivas, devem ser pensadas neste contexto, a fim de que não se conceba sua realização de forma reducionista, mas se considere o homem como sujeito da vida social.” (DAOLIO, p.26)
Referências:
DAOLIO, Jocimar. Os significados do corpo na cultura e as implicações para a Educação Física. Disponível em: <http://www.seer.ufrgs.br/Movimento/article/view/2184> Acesso em 04/03/15.
KOFES, S. E sobre o corpo, não é o próprio corpo que fala? Ou o discurso desse corpo sobre o qual se fala. In: BRUHNS, H.T.(org.). Conversando sobre o corpo. Campinas, Papirus, 1985.