Comércio
Em abril de 1500 ocorreu a primeira operação de comércio exterior do Brasil, em Porto Seguro, no momento em que os marinheiros da frota de Cabral trocaram colares e espelhinhos por macacos e papagaios com os índios Tupiniquins. Durante os trinta anos seguintes, a Coroa Portuguesa reprimiu ferozmente o contrabando do pau-brasil, mas somente em 1534, juntamente com as Capitanias hereditárias, criou uma rede de Alfândegas ao longo do litoral brasileiro. O comércio com outras nações era livre, desde que pagos os tributos para a Fazenda Real, conforme dispunham os forais das capitanias.
Em 1605, porém, o rei espanhol Felipe II, então em guerra com a maior parte das nações Europeias, proibiu expressamente que mercadorias transportadas por navios estrangeiros fossem comercializadas diretamente com o Brasil: toda e qualquer importação ou exportação teria que, obrigatoriamente, passar por portos portugueses. Assim, durante os dois séculos que se seguiram, o Brasil somente importava de empresas portuguesas e vendia seus produtos de exportação por intermédio do comércio lisboeta.
Mesmo o Brasil tendo se transformado na mais rica colônia de todo o planeta – era o maior produtor mundial de açúcar, tabaco, ouro, diamantes, madeira, farinha de mandioca, charque e carne de porco salgada, o regime aduaneiro adotado nesse período oprimia o seu comércio, impedindo a procura pelo melhor preço para sua produção, e pelo menor custo para suas importações.
Todos os pedidos e sugestões para a liberalização da política aduaneira, apresentados à Coroa nesse período, mostraram-se inúteis, até que Napoleão Bonaparte decretou o bloqueio continental, levando Portugal a uma dramática encruzilhada: romper com seu aliado secular, a Inglaterra, e lutar contra a França, ou desafiar a ordem de bloqueio e manter sua aliança britânica. O Regente D. João optou pela segunda alternativa.
A inevitável invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão provocou a partida,