calvinismo
Bem recebido, Calvino estabeleceu na cidade uma sociedade na qual a Igreja regularia a vida política e social dos cidadãos. Ali fincaria pés a moralidade calvinista, impondo uma disciplina rigorosa quanto ao vestuário, aos costumes sexuais, ao comparecimento à igreja e aos negócios comerciais.
As atividades econômicas foram particularmente beneficiadas, liberadas do preceito religioso de pecado e tendo consentida a cobrança de juros, prática condenada pela Igreja Católica.
Os calvinistas tornaram-se cristãos militantes, atuantes em suas congregações e dispostos a eliminar o mal em si mesmos e nos outros, capazes de governar sua cidade com a mesma vontade de ferro que empregavam para controlar as paixões.
Como Lutero, Calvino ressaltava a submissão dos cristãos às autoridades políticas. Mas, se apenas a dedicação à lei de Deus poderia ser vista como sinal de salvação, então a obediência às leis humanas seria sempre condicionada por sua fé e moral cristãs.
Quanto à predestinação, Calvino, que discutira muito pouco o assunto, argumentava que, embora estivesse predestinado à salvação ou à danação, o homem jamais poderia conhecer antecipadamente sua sorte. A escolha de uns e a rejeição de outros era um sinal do mistério de Deus.
Enquanto o católico se salvaria pela virtude, pelo arrependimento e pela penitência, o protestante viveria sem saber se já estaria salvo ou condenado, buscando em cada momento vislumbrar indícios de que a graça divina recaíra sobre ele.
Após a morte de Calvino, seus seguidores foram, lentamente, tornando a predestinação algo crucial e estabelecendo parâmetros lógicos para um homem reconhecer os sinais de Deus.
O trabalho passou a ser visto como uma vocação divina, e o sucesso