Artigos da materia introducao ao pensamento cientifico
Professora: Silvia P. Barbosa
Unidade I: Introdução
A especificidade do conhecimento científico
Sabemos que a ciência, tal como a conhecemos, isto é, como uma forma de conhecimento rigorosa e que faz necessariamente uso de experimentos (testes das mais variadas ordens, fundamentais para a comprovação das hipóteses científicas), é uma criação histórica: surge na modernidade, mais especificamente no século XVI, com grandes cientistas como Galileu, Copérnico, entre outros, que promovem, com suas descobertas, a Revolução Científica. Tais teóricos são os primeiros a fundamentar (isto é, comprovar, validar) suas afirmações utilizando-se de experimentos. Nas épocas históricas anteriores, a saber, na Antigüidade e na Idade Média, os teóricos (fundamentalmente filósofos) não dispunham de experimentos que servissem de comprovação para que pudessem distinguir o verdadeiro do falso. Podemos citar inúmeros exemplos: os “cientistas” da Grécia Antiga acreditavam ser a depressão causada por desequilíbrios em um componente de nosso corpo chamado “bile negra”, e comer manjericão seria suficiente para sanar este desequilíbrio; Aristóteles, grande filósofo grego do século V a.C., ainda que tenha feito várias descobertas em biologia que até hoje consideramos verdadeiras, afirmava que os peixes nasciam do lodo que se acumulava junto das pedras; durante toda a Idade Média acreditou-se ser a Terra o centro do universo, e serem os seres humanos advindos de Adão e Eva; entre outros exemplos. Hoje em dia, com o auxílio de testes das mais variadas ordens e nos mais variados campos, podemos comprovar serem falsas tais afirmações mencionadas acima. Entretanto, ainda que apontemos o caráter experimental como sendo primordial na ciência, a mesma não é infalível, e está sujeita a erros e lacunas. Leis científicas que acreditávamos serem verdadeiras até certo tempo estão sendo falsificadas através de outros experimentos, mais