Análise Sobre O Liberalismo Econômico de Pierre Rosanvallon
Por Nathália França de Oliveira
Uma moderna perspectiva lotada de um desejo de autonomia e autossuficiência visada pelo homem tem o seu ápice atingido entre os séculos 17 e 18, e se desenvolve continuamente em razão de uma nova postura que lentamente já vinha sendo adotada pelo indivíduo em frente à sociedade. Uma nova forma de pensamento surgiu distinguindo fé de razão e comércio de política.
O indivíduo não se vê mais dependente de estar inserido num meio religioso e político que o colocaria como passivo em suas próprias decisões, ações e prioridades. Não almeja mais se adaptar a esses meios, e percebe que esses sim devem se adaptar aos indivíduos de sua sociedade e suas particularidades.
Finalmente o homem se vê detentor do poder sobre si mesmo, mas uma importante questão deve ser levantada e é ricamente discutida no livro de Pierre Rosanvallon, que seria como definir o modelo de funcionamento econômico ideal e a organização política em meio a uma sociedade formada por esses homens.
Um ponto importante a se destacar, uma das principais ideias do liberalismo político em discussão, é que o homem constrói sua propriedade e fortuna unicamente como produto de seu trabalho. O trabalho deve ser estritamente valorizado, pois é através dele que o homem adquire sua propriedade, que seria um incremento do que ele é.
É necessário que a relação propriedade-trabalho tenha sua privatização, autonomia e liberdade garantidas para que o meio econômico possa se desenvolver por si só, tendo como principal forma de avanço a livre troca e concorrência. “O homem carrega em si mesmo a justificação principal da propriedade, porque é o próprio senhor e proprietário da sua pessoa, do que faz e do trabalho que realiza.” (Deuxième Traitè, ch. V, p. 100).
Logo, as atividades econômicas devem ter como dominantes os indivíduos, e não o estado, o qual teriam grande influência e poder de interferência no campo de produção, e