Análise do Filme "crash, no limite"
RESENHA CRÍTICA SOBRE O FILME “CRASH – NO LIMITE”
O filme “Crash, no Limite” tem como pano de fundo as relações entre diversos grupos sociais de Los Angeles, mostrando a faceta multicultural desta e as tensões sociais provenientes deste multiculturalismo. O fio condutor da trama é os preconceitos existentes e recíprocos entre os setores da sociedade angelina: “negros”, “brancos”, “orientais”, “latinos”.
A trama Crash desenrola-se na cultura do medo que dominou a sociedade estadunidense pós ataque de 11 de setembro, o que ocasionava um forte sentimento de vulnerabilidade utilizado amplamente para atrair o apoio popular para a famigerada “guerra contra o terror”. Esse sentimento de insegurança não gerou apenas a busca por (ou a invenção de) um inimigo externo, refletiu também nos preconceitos que já permeavam a sociedade estadunidense, reforçando-os.
Entres os diversos preconceitos mostrados pelo filme, o racismo e a primazia do homem branco na sociedade estadunidense são fortemente demonstrados. Tal dinâmica social gera dois grupos: os que se adequam ao padrão social privilegiado e os que são excluídos desse padrão. O filme demonstra bem isso em duas cenas: na batida policial ao diretor de cinema e sua mulher (deixando claro a existência do racismo em si e não como uma simples consequência do preconceito de classe econômica) e no assassinato de um negro por um policial racista.
Além da questão racial, o filme mostra outros grupos de excluídos como a população imigrante do oriente médio.
Na realidade brasileira, podemos citar os recentes “rolezinhos”, no qual jovens provenientes das periferias das grandes cidades tentavam adentrar nos grandes centros de varejo (antes reservados apenas a classe média e alta), como exemplo das tensões existentes entre os incluídos e excluídos e a tentativa destes últimos, apesar das medidas repelentes, de adentrar no mundo daqueles. O “rolezinho” pode ser usado síntese exemplificativa do que Alain Caillé,