Análise de discurso

A Análise de Discurso

O Discurso é palavra em movimento, prática de linguagem. Com o estudo do discurso observa-se o homem falando (ORLANDI, 2001, p.15).

A Análise de Discurso concebe a linguagem como mediação necessária entre o homem e a realidade social. Trabalha com a língua no mundo, com maneiras de significar, com homens falando, considerando a produção de sentidos enquanto parte de suas vidas (ORLANDI, 2001, p.15-16).

Consciente da não neutralidade da linguagem, pois a entrada no simbólico é irremediável, estamos comprometidos com os sentidos e o político. Não há como não interpretar. A ideologia se manifesta na língua (a língua produz sentidos por/para os sujeitos).

Não procura o que seria o sentido verdadeiro do texto, mas o real do sentido. Coloca a interpretação do que parece óbvio e evidente em questionamento (ORLANDI, 2001, p.26).

A Análise de Discurso vira compreender como os objetos simbólicos produzem sentido.

▪ Para Pêcheux, não há discurso sem sujeito e não há sujeito sem ideologia: o indivíduo é interpelado em sujeito pela ideologia e é assim que a língua faz sentido (ORLANDI, 2001, p.17).

▪ Para Foucalt (1996, p.37), existem procedimentos de controle e delimitação do discurso historicamente determinadas. Não são todos que detém direito de interpretar, mas a alguns a quem é delegado algum poder.
Exemplo: Na alçada historiográfica, só temos conhecimento do que se convencionou considerar como História, aquilo que o historiador deu sentido. Os fatos históricos por si só não possuem significado nato, mas ganham sentido por intermédio do historiador (sujeito). Da mesma forma, o fato jornalístico só ganha importância após passar pelo tratamento da notícia dado pelo jornalista.

▪ Para Mayra Rodrigues Gomes, todo fato já nasce como relato, como discurso possível daquilo que é visível. O relato é que dá sentido ao fato. A realidade é uma construção discursiva. Um fato é a versão que ele gera de si mesmo. Para a autora, nomear é