Ambientalismo
Considerada obra divina, seria inconcebível que a ação do homem pudesse prejudicar a natureza; este não poderia produzir danos irreparáveis na obra de Deus. 33
Com efeito, somente pode-se entender a natureza observando suas relações concretas com a sociedade ao longo da História. 34
A produção é o processo pelo qual a forma na natureza resulta alterada, e através dela a sua unidade – o homem também natureza – se realiza. A atividade humana para garantir suas necessidades naturais (comer, por exemplo) ou socialmente determinadas (como locomover-se a longas distâncias) muda a forma da matéria, e nesse sentido a sociedade cria a natureza. A matéria em si nuca é criada ou destruída; ela é mudada em sua forma. Assim se dá a produção, ou dominação, da natureza. Logo é ela socialmente produzida, assim como seu significado social também o é: o trabalho que transforma a matéria muda, por sua vez, a maneira como o trabalhador vê a natureza. Portanto, a visão de mundo vai sendo modificada em decorrência das mudanças na relação do homem com a natureza, na busca da satisfação de suas necessidades ou dos interesses da classe dominante. 35
Segundo interpretação marxista, não foi a religião – em sua concepção de que o Universo foi criado por Deus para servir o homem –, mas sim o surgimento da sociedade fundamentada na propriedade privada e na economia monetária, à qual se subjuga o conhecimento científico, que conduziu à exploração ilimitada do mundo natural. 37
Assim, os anos 50 são vistos como os do ambientalismo dos cientistas, pois é pela via da ciência que emerge a preocupação ecológica em âmbito