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O livro "Os Índios e a Civilização" é um reflexão de como as populações indígenas se encaixaram no Brasil moderno. O autor, o antropólogo Darcy Ribeiro, mostra a introdução do índio dentro do estilo de vida e da sociedade moderna, colocando em pauta o preconceito e o perigo da perda de identidade. Com 11 áreas indígenas e cerca de 140 etnias analisadas no país, ele separou o período do final do século 19 até a década de 1960 para estudar como se deu a passagem do índio tribal ao índio genérico. Por meio de observações, entrevistas com indígenas e missionários e pesquisas documentais, Darcy relata a transformação que levou o índio a ser marginalizado e rejeitado pelo simples fato de ser quem ele é. Além disso, o autor também expõe como esse preconceito passou a ser aplicado por ele mesmo, que deixa suas raízes de lado para tentar ser igual ao homem moderno.

A integração das populações indígenas no Brasil moderno, é fruto de observações de campo feitas pelo autor no curso de dez anos como etnólogo do antigo Serviço de Proteção aos Índios (SPI), e resultado também de entrevistas pessoais com indigenistas, funcionários e missionários, além de copiosa pesquisa bibliográfica e documental, este livro, desde sua primeira aparição, em 1970, tornou-se um clássico das ciências humanas brasileiras.
A obra é dividida em três partes distintas que se ligam no tocante às reflexões feitas a respeito do contato entre a sociedade colonizadora e os grupos indígenas brasileiros. Na primeira parte é examinada as várias frentes de expansão da sociedade brasileira no início do século XX. Na segunda parte do livro é feito um balanço crítico da intervenção protecionista aos grupos indígenas brasileiros. Na terceira e ultima parte, é apresentada uma avaliação quantitativa dos efeitos da ação civilizadora sobre as populações indígenas, buscando estabelecer as instâncias mais gerais do processo de transfiguração étnica, ou de aculturação das tribos que mantiveram contato com a