agua na amazonia
Mas, quantidade nem sempre é qualidade. Paradoxalmente, está na Amazônia o Estado brasileiro com o 4º pior atendimento por rede de abastecimento de água e de esgoto sanitário, o Pará. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2000, mais da metade da população paraense não recebe água tratada em casa e mais de 97% destinam indevidamente seus rejeitos, que acabam sendo despejados diretamente nos rios. Soma-se a esse problema a contaminação das águas causada por rejeitos industriais. O resultado é um ciclo vicioso em que homem e natureza se destroem mutuamente.
Nesse contexto, desde 1988, o Laboratório de Química Analítica e Ambiental (Laquanam), da Universidade Federal do Pará, tem se dedicado a realizar análises químicas sobre a qualidade das águas amazônicas. O objetivo é detectar possíveis contaminações e, a partir dos resultados, oferecer aos órgãos públicos ambientais subsídios para a resolução de tais problemas.
Nos mais de vinte anos do Laquanam, sob a coordenação da professora Simone Pereira, da Faculdade de Química da UFPA, foi possível analisar rios importantes da região, entre eles, os Rios Solimões, Amazonas, Xingu, Tapajós, Tocantins, Pará, Barcarena, São Joaquim, Guamá, Dendê, Conde, Curuperê e Murucupi e a Baía do Guajará.
As pesquisas trouxeram dados alarmantes. Além da contaminação causada por micro-organismos, decorrente do lançamento indiscriminado de esgotos, observou-se a grande presença de metais pesados na composição da água dos rios, em quantidades acima do permitido pela Resolução 357/05, do Conselho Nacional do Meio