Africa e Brasil

ÁFRICA E BRASIL
NA FORMAÇÃO DE IDENTIDADES RELIGIOSAS BRASILEIRAS

O Escravismo no Brasil se fortifica com a autorização de D. João III, que concedia a cada colono a importação de até 120 africanos para trabalharem em sua propriedade, assinada em 29 de março de 1549. Porém, alguns historiadores acreditam que, por volta de 1511, na nau Bretoa, enviada por Fernando Noronha, já havia escravos a bordo. Milhões de africanos capturados em seus territórios ancestrais, na maioria das vezes por outros grupos africanos rivais, eram levados ao litoral e vendidos como escravos para europeus e brasileiros em portos específicos na África e trazidos em condições sub humanas para o Brasil.

“Os negros que foram trazidos como escravos para o Brasil agarraram-se especialmente a suas tradições religiosas, como único meio de conservar sua identidade ameaçada pela opressão do poder dominante. Mas essas formas de religiosidade entraram em contato com outras manifestações da cultura do país: a religião católica, vivida especialmente em suas formas mais populares, como a devoção aos santos, e, em certas regiões do país, o espiritismo de Allan Kardec. Surgiram assim a Umbanda e o Candomblé, as duas mais importantes expressões das religiões afro-brasileiras”. GIORGIO PALEARI. (1)

Considerados como seres sem alma, desprovidos de capacidade intelectual e de pensamento, os africanos foram forçados a se adaptarem a maneira de seu colonizador: costumes, normas, religião, hábitos, entre outros. Todavia, apesar desse processo de substituição de identidade ter sido de uma maneira abrupta, não foi de uma hora para outra. Dando, assim, espaço para os negros usarem seus conhecimentos religiosos nas novas terras. Louvando a Natureza Viva, isto é, Divindade Natural. Os primeiros focos religiosos de Matriz Africana foram os Bantos ou Bantus – povos africanos cuja unidade