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Por Gilberto Miranda Júnior[->0]
Introdução
O presente trabalho tem como objetivo o entendimento do período da Idade Moderna iniciada a partir do desgaste das respostas construídas pela Idade Média para a questão do homem, da verdade e da sociedade. Entendendo que o olhar filosófico sobre a História sempre tem como objeto a construção de um sentido argumentado de uma leitura, apresento nesse trabalho apenas uma resenha e a análise dos textos escolhidos e com apoio de outros textos e autores que tive a oportunidade de consultar.
Os autores consultados são unânimes no entendimento de que o termo Renascença, embora tenha como característica fundamental a busca de referência na antiguidade, se coloca “a partir dela” e não “nela” para se firmar enquanto movimento. A busca de referências antigas, perdidas ou com enfoque diverso na Idade Média, desloca a noção de Homem, enquanto gênero ou espécie, de mero reprodutor e legitimador de uma estrutura hierarquizada, cujo topo se encontra o clero e a nobreza, para valorizar o gênero como um todo em sua capacidade de inovação (criativa, intelectual e espiritual); inclusive para interpretar à seu modo essa realidade que agora sai da mão da autoridade para se tornar propriedade do Homem dentro da História.
O ser humano como microcosmo que reproduz em si a perfeição do universo criado, é tema recorrente nesse pensamento. Embora haja certa controvérsia em termos de datas em que teria se iniciado esse período histórico, é possível detectar aspectos que identifiquem sua incipiência. O humanismo enquanto concepção do mundo centralizada no Homem é um traço fundamental do período renascentista e sobre isso os autores concordam. A mudança então, a despeito de datas ou algum marco específico, identifica-se por um deslocamento cosmovisionário teocêntrico para antropocêntrico.
Caracterizando Idéias
O Renascimento é um movimento amplo, cultural e urbano, que se inicia na Itália, mas circunscreve-se a