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ÚLTIMA PARADA 174

O filme conta a história de um jovem chamado Sandro que ganha o apelido de Alê, é uma história sobre um analfabeto, negro e pobre, que não teve oportunidades sendo “excluído” pela sociedade. Os acontecimentos relatados no filme são parcialmente reais, e assim como Sandro (Alê), podemos identificar diversos jovens socialmente invisíveis. Pode-se notar que o fato dele ter perdido a mãe muito novo e o meio ao qual cresceu, o levara a situações em que ele quebrou as normas do sistema, por necessidade ou por ter aprendido que ele não fazia parte de um todo, e que aquele mesmo sistema, nunca o aceitaria.
Penso que o meio não é responsável geral sobre os atos praticados por ele e por muitos, mas sem dúvida, o meio em que vivem ou viveram é de alguma forma influenciável. “... a sociedade é um processo de configuração ou moldagem.” O fato de Sandro ter morado nas ruas, ter vivido o massacre da Candelária, ser usuário de drogas e de ter passado pelo sistema prisional (FEBEM), são fatos muito marcantes e tristes, e qualquer pessoa ficaria desacreditada com o sistema diante dessas situações. Alê e seus amigos não tiveram apoio do governo, nem mesmo após o massacre, e a única pessoa que os acolhia era uma senhora chamada Valquíria membro de uma ONG. Então, como Sandro poderia sobreviver dignamente tendo apenas uma namorada prostituta e um amigo, que assim como ele, não possuía um passado “perfeito” e que além de nome parecido, também possuíam uma criação onde não havia regras e limites. Na parte em que ele é preso e conhece o Alê, os dois juntos na FEBEM são agredidos e humilhados, assim como tantos outros jovens e crianças que a policia/Governo retirava das ruas. A instituição denominada como Pólicia, era autoritária e não cumpria seu papel na prisão e nas ruas, já que as agressões não fizeram com que eles mudassem as atitudes fora de seu controle. A re-socialização não era feita.