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Guerra dos Farrapos
PESAVENTO, Sandra. Farrapos, Liberalismo e ideologia. In: A Revolução Farroupilha: história e interpretação. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1985.
Introdução
A Revolução Farroupilha foi um conflito deflagrado na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul do então Império do Brasil e durou de 20 de setembro 1835, com a tomada de Porto Alegre, à 1º de março de 1845, com a assinatura do Tratado de Poncho Verde. Podemos inserir este conflito no âmbito daqueles que estouram após o Ato Adicional de 1834, em reação aos limites que a reforma da Constituição de 1824 teve com relação ao federalismo. Encontramos entre os motivos do conflito a negligência com que o governo central do Império tratava a Província, tanto econômica como politicamente, descontentando a elite local.

Basea de produção de charque, exportado principalmente para a região sudeste onde era utilizado na alimentação das massas escravas, o charque gaúcho sofria com a concorrência do charque platino em virtude do preço do produto estrangeiro que era escoado diretamente pelos portos de Montevidéu e Buenos Aires, tornando-o mais barato e isento de impostos para entrada no porto do Rio de Janeiro. Os portos nacionais mais próximos das estâncias do oeste da Província (principal foco da Revolução), Laguna e Rio Grande, não tinham ligações diretas com a região e tornavam o produto mais caro, sendo mais viável escoar a produção pelo porto de Montevidéu. Com isto também estava relacionada à questão da independência da Província Cisplatina, que para os rio-grandenses fora um forte golpe tanto economicamente como moralmente, sendo eles tradicionalmente as “sentinelas da fronteira”, a ponta de lança do Império no sul do país. Os rio-grandenses acusavam a perda do território da Banda Oriental do rio Uruguai por causa da falta de apoio militar do governo central do Império.

Como já citado, por tradição a Província era fortemente militarizada, devido à fronteira plana que tinha com a região da

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