“Um feito incomum”, de Aharon Megued – uma análise

“Um feito incomum”, de Aharon Megued – uma análise

Este trabalho tem como objetivo fazer uma pequena análise do conto Um feito incomum (רגיל בלתי מעשה), de Aharon Megued, como trabalho da disciplina Língua Hebraica VIII, segundo semestre de 2013, com base na tradução efetuada durante o curso e bibliografia sugerida. O conto traduzido e estudado retrata o período do pós-guerra de independência e criação do Estado Israel, que ocorreu em 1948. Período em que houve a chegada maciça de imigrantes, com um enorme crescimento demográfico, fazendo com que em três anos a população israelense dobrasse.
Aharon Megued nasceu em Wloclavek, Polônia, em 1920 e aos cinco anos, em 1926, sua família migrou para Palestina, como integrante da quarta aliyá. Cresceu em um assentamento agrícola e integrou-se depois a um kibutz. Em 1940 deixou o kibutz para morar em Tel Aviv.
Embora não tenha nascido na terra de Israel, faz parte do grupo conhecido como “geração da terra”, isto é, escritores nascidos em Israel, ou que para ela vieram quando crianças, e que tiveram o hebraico como língua materna. O período do Mandato Britânico (1922-1948), o holocausto, a Guerra de Independência e o estabelecimento do Estado de Israel são os elementos formadores dessa geração.
A literatura da época reflete a história e os valores desse povo, nessa luta para conseguir autonomia política e cultural. A ideologia sionista de que estavam imbuídos pregava o amor à terra, o retorno à natureza, o sacrificar-se pelo bem comum, o que os levaram a participar na juventude da luta pela independência e pela criação do Estado de Israel, heranças presentes nessa literatura..
Embora o setor agrícola não ocupasse mais do que 20% da população, seus valores ocupavam um lugar central na consciência coletiva, sendo o cenário eleito pelos escritores para sua ficção. É nesse cenário que surge a figura do “hebreu novo”, descrito como “um judeu jovem, pioneiro (...); amante do trabalho; ligado à natureza; apaixonado