É possível negociar a felicidade?

José Vicente da Silva Lima Percílio

É possível negociar a felicidade?
Por meio da negociação é possível construir a felicidade. A solução do caso Sean Goldman poderia ter outro final, sendo menos dolorosa para os parentes maternos e paternos, principalmente a criança.
Sean, filho de pai americano e de mãe brasileira, foi trazido ao Brasil em 2004, sob o pretexto de passar as férias no País. Ao chegar, a mãe avisou ao pai por telefone que iria permanecer no País em definitivo, pedindo o divórcio. A partir desse ato, uma série de ações contribuiu para o acirramento da situação. A mãe foi acusada de cometer o crime de abdução internacional de menor. Faleceu em 2008 em decorrência de complicações no parto de Chiara, sua filha do segundo relacionamento.
No final de 2009, após intensa batalha judicial entre a família brasileira e o pai biológico, a Justiça brasileira concedeu a guarda de Sean para seu pai, indo para os Estados Unidos, convivendo com a família paterna.
Considerando somente as informações disponíveis sobre esse caso, pode-se observar que as premissas da negociação foram colocadas em segundo plano. Ao comunicar que não retornaria com o filho para os Estados Unidos a mãe apresentou uma postura questionável, antiética, ao invés de buscar o consenso, mediante cadeia lógica de entendimentos e ordenação dos argumentos.

Ainda na premissa da lógica, outro ponto importante seria a aproximação dos pais para construção conjunta dessa solução, independente da situação do relacionamento entre eles, pois era fundamental superar as dificuldades, compreendendo as razões de cada parte, buscando um consenso que proporcionasse o bem estar da criança.

Tratando-se do destino de uma criança, a emoção foi predominante em diversas fases do processo. Segundo Fisher & Brown (1990), o envolvimento emocional apresenta duas perspectivas. A capacidade de lidar com as diferenças pode ser prejudicada na medida em que as emoções dominarem o lado racional. Contudo, se a razão