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Cidadania, Desequilíbrio e Percepção Da Natureza.

O aspecto verdadeiro dessa situação é o fato de o Brasil ser um país de recursos naturais,por mérito de reunir,de acordo com a organização ambientalista,23% da biodiversidade mundial.Por conseguinte,além de não precisar recorrer á fauna de outros países,os brasileiros poderiam iniciar o conhecimento do meio natural homenageando sua própria fauna,habilitando posicionamentos pela defesa do seu patrimônio ambiental.
Como isso não ocorre, não é de se admirar que largos setores da opinião pública terminem assimilando animais como a panda, uma espécie que habita na Himalaia, como alvo preferencial de preservação, Ao mesmo tempo, dezenas de espécies nativas, igualmente ameaçadas de extinção, não são merecedoras de atenção por parte da imprensa e nem mesmo do próprio movimento ecologista.
Outro aspecto do imaginário ambiental dominante diz respeito ás mitologias territoriais e simbólico-biológicas construídas pela indústria cultural, ambas com grande impacto na percepção da natureza e nas atitudes assumidas pelos cidadãos e, por extensão, nos móveis do que poderia ser entendido como uma cidadania ambiental fabulosa.
Notemos que, via de regra, o imaginário dominante de natureza nos remete para ambientes distantes e sem presença humana marcante. Chama a atenção que os principais ícones ambientalistas reportem a animais, e quase sempre habitando ambientes remotos, tais como serras,montanhas ou as imensas massas oceânicas.Este seria o caso dos animais aquáticos,da baleia,do mico leão dourado e outros.sem contar animais que,como urso polar eo já citado panda,sequer habitam o território brasileiro.
Nessa mesma linha de argumentação, é notável a valorização de paisagens como a mata atlântica, as florestas pluviais e outros ecossistemas nos quais a presença humana e restrita ou mesmo em alguns casos inexistente. Ademais,recorde-se que não necessariamente esta valorização prioriza os sistemas naturais no seu aspecto