À procura do analista ideal

1377 palavras 6 páginas
À procura do analista ideal
Inicio esta procura citando uma das mais profundas e belas palavras de Bion retiradas de Zimerman (1999):
[...] em algum lugar da situação analítica, sepultada sob massas de neuroses, psicoses e demais, há uma pessoa que pugna por nascer. O analista está comprometido em uma tarefa de tentar ajudar a criança a encontrar a pessoa adulta que palpita dentro dela e, por sua vez, também mostrar que a pessoa adulta que ela é, ainda é uma criança. O ideal é que ambas partes diferentes convivam em um criativo vínculo do tipo“simbiótico” (BION, 1992 b, p. 49)
Tendo em vista a hercúlea tarefa que se propõe, o analista deve obedecer a condições mínimas necessárias para levar a bom termo a análise. Primeiramente, saber a teoria, mas deve entender que a prática é bem difícil. Um bom analista está sempre lidando com uma situação desconhecida, imprevisível e perigosa que é enfrentar as angústias e os imprevistos de uma longa viagem pelos meandros do inconsciente do paciente e dele mesmo.
O que é importante numa análise é o que a dupla analista-paciente pode fazer, sempre tendo em vista o direito de o psicanalista ser ele mesmo, de ter sua própria opinião sobre a experiência da análise. Não é infalível, uma vez que é um ser humano passível de ter angústias e incertezas. Entretanto, o analista deve ter consideração com o paciente, pois a análise é uma experiência atemorizante para ele.
O psiquismo do analista como pessoa real exerce uma importante influência nos destinos da análise. Apesar de existirem duas pessoas angustiadas, o analista deve também esperar melhorar tanto quanto o paciente, pois tem a oportunidade de apreender com a experiência. No entanto, o analista não deve permitir que o paciente o considere uma espécie de Deus, uma vez que ele próprio reconhece que tem limites, limitações e tem o direito de cometer erros como qualquer pessoa. Apesar de sua humanidade, o verdadeiro crime é o psicanalista adotar uma postura analítica

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