Útil-Inútil

2594 palavras 11 páginas
O Valor do Útil

Participei de um encontro no hotel São Moritz em fins de junho de 2001 cujo tema versava sobre uma crítica aos avanços tecnológicos face à pobreza de espírito do homem contemporâneo. Deveríamos, nós os palestrantes daquela noite, descrever de que forma o avanço desenfreado da ciência e da tecnologia poderia dar lugar a uma maior humanização das relações entre os homens. O que vemos por toda parte é grandeza científica conjugada com pobreza humana. Vamos, então, ao que eu desenvolvi naquela noite. Queria pedir-lhes, caros leitores, que se dispusessem a pensar comigo. Vamos juntos fazer uma investigação: isso significa que iremos questionar um determinado tema e peço-lhes que se despojem de pré-concepções ou pré-julgamentos. Vamos nos perguntar acerca daquilo que tem valor. Peguemos um ônibus, por exemplo. Certamente, o ônibus que me leva à universidade é algo muito valioso. Os meios de transporte em geral têm muito valor e utilidade em nossa sociedade. Mas, se olharmos atentamente, veremos que o que há de valor no ônibus é o fato de ele me levar a algum lugar. Este lugar a que quero chegar, certamente, é mais valioso do que o próprio ônibus em si mesmo. Tanto o é que se eu puder ir de metrô e este me levar mais rápida e economicamente ao mesmo lugar, eu trocaria de meio de transporte. O ônibus que me leva à universidade não é valioso em si mesmo, mas o valor dele esta em outro lugar. Vamos prestar atenção no seguinte termo: intrínseco. O ônibus e todas as coisas que são úteis não têm necessariamente valor intrínseco, mas, na medida em que elas servem para outra coisa, o seu valor está em outro lugar. Ora, tudo aquilo que é útil serve para algo e, por isso mesmo, não tem valor intrínseco. Assim, a universidade é mais valorosa do que o meio de transporte que me leva até lá. Examinemos melhor o exemplo. O ônibus, como vimos, é valioso na medida em que ele nos ajuda a chegar a algo mais valioso, a universidade. A universidade

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