Ética na Psicologia

O que hoje é compreendido por Psicologia, ou, Psicologias, é que existem diferentes formas de tratar a subjetividade do indivíduo pelo fato de que pela complexidade do campo não foi possível definir um objeto uno de estudo nem um método único de investigação. Portanto cada abordagem cria seu próprio sujeito-objeto semelhante a sua compreensão do ser humano, por isso se faz necessário respeitar as diferenças entre as abordagens enquanto alteridade de discurso. Levando em consideração a dimensão ética intrínseco aos discursos e práticas psicológicas, está a própria conduta do profissional psicólogo que é orientada pelo Código de Ética dos Psicólogos. Entretanto existem embates entre essas duas dimensões éticas, como é possível perceber em um simples exemplo prático. Suponhamos que um cliente comunica ao profissional uma tentativa de suicídio, este de acordo com o Código de ética dos Psicólogos deveria quebrar o sigilo ético para que haja a interversão de outrem de forma que o indivíduo seja socorrido de alguma forma. Essa quebra de confiança por parte do psicoterapeuta implica em erro técnico grave ao modelo ético especifico de várias abordagens. Portanto fica evidenciado a dificuldade de se pensar a questão ética de forma unitária e totalizadora.
Pensando a ética como filosofia primeira, Lévinas, o filósofo da alteridade radical, que entendia a Ética como antecedendo a Ontologia, coloca-nos o outro como instauração da subjetividade, primeiro pela separação de Mim em relação ao Outro, depois pela substituição de Mim pelo Outro que exige uma responsabilidade irrecusável. Há uma alteridade radical que não pode ser denegada e que me intima a assumir uma responsabilidade absoluta para com todos os outros. Essa é a dimensão ética por excelência, a do estar a serviço de Outrem, por ele e para ele. Os serviços de Psicologia devem se constituir como modos de estar a serviço do Outro FREIRE(2002).
A ética da alteridade radical nos leva a compreensão da necessidade que o