Ética em ciência

Ética em Ciência

Hanna Camila B. Moraes

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Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Segundo o Dicionário Enciclopédico Português, a palavra ética (de origem grega) abrange uma dupla grafia que dá azo a confusões, por ter passado ao latim através de uma só palavra (mores): êthos refere-se ao modo de ser, do carácter, à realidade interior de onde provém os atos humanos; éthos indica os costumes, o hábito ou o agir habitual. Geralmente a palavra remete ao ramo da filosofia responsável por tratar de assuntos morais mas, diferente da moral que se assenta no acatamento das normas, em hábitos/mandamentos culturais hierárquicos ou religiosos, a ética busca essencialmente fundamentar valores e nortear coerentemente a conduta dos seres humanos construindo valores que sirvam como piloto em todas as situações e que delimitem aquilo que é o bem no agir do homem.

Regra geral, as pessoas aprendem normas éticas através do convívio em meios sociais, o que não implica que o discernimento entre o certo e o errado mude consoante as experiencias vividas por cada indivíduo. Não se deve confundir ética com lei mesmo que muitas vezes a lei tenha como base princípios éticos porque, ao contrário do que se constata nas leis, nenhum indivíduo pode sofrer qualquer tipo de pena por desobedecer normas éticas ou ser coagido por outros indivíduos ou até mesmo pelo próprio Estado ao cumprimento das mesmas.

A nível profissional, a ética vem acompanhada pela deontologia. De origem grega e composta de dois vocábulos (“Deon” ou “Deontos” que significa “o que fazer” e “Logos” que significa “tratado”) traduz-se como a ciência (ou tratado) do dever e da obrigação e abrange um conjunto de comportamentos exigíveis aos profissionais, muitas vezes não codificados em regulamentação jurídica. Assim sendo, a deontologia é uma ética profissional das obrigações práticas, assente na livre conduta do indivíduo e no seu carácter moral e de