O índio e a morte

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O antropólogo Eduardo Viveiros de Castro fala no programa Café Filosófico sobre a relação do homem com a morte. Ele faz comparações dessa relação na cultura indígena e na cultura judaico-cristã, o problema da morte para nós é o ‘’abandono’’ de quem morre, o medo de morrer e a como através dos mortos construímos nossas histórias e famílias. Já para os indígenas, o morto é um humano que perdeu seu corpo físico, mas sua alma ainda existe e esta no outro lado, o lado dos mortos, por isso o morto tem raiva de ter morrido e quer trazer os vivos para o seu lado, provocando sentimentos de saudades. Para proteção, pois os mortos são considerados inimigos, existem rituais e um esforço para o total esquecimento, diferente da tradição cristã em que o morto deve ser preservado na memória, assim como nossos pecados.
Em certo momento ele fala da questão da animalidade na cultura indígena, que na ontologia da mitologia indígena, o pano de fundo do mundo é a alma, ela esta infusa em todas as coisas, diferente da nossa concepção ontológica ocidental de mundo que o divide em ser e o não ser. No mundo indígena tudo é a alma, e esta apenas transita para planos diferentes, como na questão do morto que perde seu corpo físico e pode até se incorporar a determinados animais. Estes animais que os indígenas acreditam que podem ser incorporados pelos mortos, não tem a carne consumida, apenas após rituais de purificação feitos pelo pajé.
Em outras sociedades, como a indiana, o homem indiano não vê diferença entre a natureza e a cultura, seu entendimento de sociedade, como para os indígenas brasileiros, vem através da relação que este tem com a natureza, diferente do homem ocidental que afasta e rompe todos os seus conceitos de cultura com os da natureza. Para Aristóteles ‘’o homem é um animal político’’, essa superioridade metafísica do ser humano que é tomada na cultura ocidental faz com que na relação do homem com os outros animais, exista uma superioridade, e esse complexo de

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