O TRATADO DE METHUEN E O OURO BRASIL
Sem produção própria, Portugal passou a importar cada vez mais produtos da Inglaterra que pagava com o ouro do Brasil.
Se não houvesse ouro do Brasil, os portugueses ter-se-iam obrigado a manter a produção manufactureira e os ingleses não teriam tido a oportunidade de, em nome de tratados celebrados após a Restauração, invadir os mercados portugueses com os seus produtos.
Abandonada a produção manufactureira, Portugal foi ficando cada vez mais dependente da produção inglesa.
O Tratado de Methuen, assinado em 1703, agravou a dependência de Portugal face à Inglaterra porque, embora esta importasse os vinhos portugueses e isto tivesse favorecido os grandes viticultores, a exportação vinícola portuguesa passou a fazer-se quase exclusivamente para a Inglaterra. Significa isto que qualquer oscilação na procura de vinhos portugueses nos mercados britânicos produziria imediatamente efeitos junto dos viticultores portugueses que poderiam ficar sem mercado para exportarem os seus vinhos. Ou seja, estavam dependentes dos ingleses.
Além disso, os vinhos cobriam apenas uma pequena parte das importações portuguesas, não sendo, portanto suficientes para manter a balança comercial equilibrada.
Verifica-se assim que tanto o ouro do Brasil como o Tratado de Methuen contribuíram para agravar a dependência de Portugal face à Inglaterra.
O TRATADO DE METHUEN E SUAS INTERPRETAÇÕES
Assinado em 27 de dezembro de 1703 em Lisboa, o Tratado de Methuen constava de três artigos, afirmando que a Inglaterra se comprometia a adquirir os vinhos de Portugal, pagando estes dois terços dos direitos impostos aos vinhos franceses. Na mesma lógica, os portugueses se comprometiam a adquirir os panos ingleses. Este tratado, como afirmamos, somente confirmou os termos já definidos nos tratados do século anterior; ele apenas reafirma e confirma as