O TRABALHO DO ANTROPÓLOGO: OLHAR, OUVIR, ESCREVER
408 palavras
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Neste livro a ideia principal do capítulo escolhido, Oliveira demonstra que o olhar, o ouvir e o escrever, são tomados como atividades do cotidiano, mas, na verdade, são elementos de grande importância para o antropólogo. Segundo o autor “o olhar e o ouvir constituem a nossa percepção da realidade focalizada na pesquisa empírica” e que o “escrever passa a ser parte quase indissociável do nosso pensamento, uma vez que o ato de escrever é simultâneo ao ato de pensar.”. Para Oliveira o mais importante ao iniciar um trabalho antropológico é a domesticação teórica do olhar do antropólogo. Para que o objetivo seja alcançado, dentro da mente do antropólogo é necessário que haja um esquema conceitual que lhe proporcione um olhar teórico em relação à realidade. O esquema é constituído pelo diálogo teórico e conhecimento do qual o antropólogo tem e que, também, de certa forma é influenciado pelas motivações e necessidades. Além do olhar, o antropólogo dispõe de sentidos e faculdades que o permitem ir à busca de mais conhecimento, como o ouvir e o escrever. O ouvir antropológico é um ouvir distinto, que reconhece as limitações e que busca desvendar os problemas de uma relação não dialógica. Para Oliveira a observação participante, não somente para a etnologia, mas também para outras áreas da antropologia. O ato de escrever configura-se no último nível do trabalho antropológico. Esta etapa tem uma importância singular e definidora, pois Oliveira diz que é “no ato de escrever, portanto na configuração final do produto desse trabalho, que a questão do conhecimento torna-se tanto ou mais crítica.”. O autor percebe que esse ato é formado por um contexto intelectual, moral, político e motivacional, e que a partir dele o antropólogo concebe uma interpretação ou tradução da cultura nativa ou do campo. O autor coloca os atos de olhar, ouvir e escrever como atos que estão dentro de um sistema de entendimento. A afirmação de Oliveira é que