O topos canibal na literatura brasileira

O texto,” Do antigo estado á máquina mercante” relata a transformação ocorrida na Bahia no século XVII. Devido a implantação do Mercantilismo no estado os latifundiários de cana de açúcar foram perdendo seus espaços, e sobre essa identificação profunda de sujeito e objeto que assenta a liricidade do texto: as contradições da história social falam aqui pela voz do individuo. O poeta Gregório de Matos vê a cidade; a cidade vê o poeta. A qualidade do ser, refletida nos olhos de cada um, é o que mudou com o passar dos anos: da antiga riqueza caiu-se na pobreza de hoje. A máquina mercante que vem a ser os navios do comercio que traziam mercadorias de luxos, principalmente da Índia e da Europa, soa aos nossos ouvidos de hoje como uma arguta metonímia do sistema inteiro, o mercantilismo. Gregório de Matos trás em seu poema uma demonstração clara da cidade da Bahia com a mudança ocorrida em virtude do mercantilismo, Gregório lastima tão desconsoladamente a mudança que caberia perguntar aos historiadores da sociedade colonial o que se deva entender por esse Antigo Estado que à Bahia teria vivido, e que a Máquina Mercante atalhou brutalmente. Com a queda fulminante dos preços do açúcar a nova situação passou a favorecer três grupos econômicos: as companhias estrangeiras, em primeiro lugar; depois, alguns latifundiários de maior calibre que conseguiam sobreviver à crise aumentando a produção e mantendo a escravaria ( provavelmente, a nobreza caramuru, como o sátiro a chama, ressentido); enfim, e parcialmente, a sólida classe dos