O Templo Erectéion - culminância da ordem jónica

O Templo Erectéion – culminância da ordem jónica.

A arquitetura grega foi eternizada através dos templos, são o retrato da harmonia e proporções ao mais alto grau. Vitrúvio, no seu Tratado de Arquitetura, aborda essa relação entre mito e arquitetura religiosa. “Por conseguinte, se (os gregos) nos transmitiram regras para todas as construções, elas destinam-se sobretudo aos dos deuses, porque as qualidades e os defeitos dessas obras permanecem eternos.”1
Em relação aos cânones gregos, são duas as ordens arquitetónicas, provavelmente desenvolvidas em paralelo, só que em regiões diferentes, sendo a dórica da Magna Grécia e continental e a jónica das ilhas do Mar Egeu e Ásia Menor. São distintas também na forma e no espírito mas não abordarei exatamente essas diferenças, me atentarei às características jónicas por ser a ordem do templo estudado. No período Pré-Clássico, foi usada no continente apenas em pequenos tesouros, como o de Delfos, e a partir de 450 a.C. em templos menores e de plantas simples.2
O Erécteion é o mais singular e complexo dos templos gregos, dedicado a mais de uma divindade, possui planta irregular com diferentes níveis. Segundo Pierre Lévêque, este templo é o receptáculo das mais velhas relíquias da cidade, possuindo um enorme valor simbólico e mítico3. Também H. W. Janson, destaca a sacralidade do local, ligado à fundação de Atenas4. Conforme o mito, foi onde Athenas e Poseidon disputaram a posse da cidade (cena retratada no frontão oeste do Parthenon), competição julgada por Cécrope, primeiro rei de Atenas, da qual a deusa saiu vitoriosa depois de fazer aparecer uma oliveira no sítio.
“Quanto à oliveira, nada mais têm a dizer, senão que é testemunho da luta da deusa pela posse da Ática. Contam ainda que esta oliveira foi queimada, quando os Medos incendiaram a cidade dos Atenienses, mas, no mesmo dia em que ardeu, produziu um rebento de dois côvados.” (Pausânias, Descrição da Grécia, I, 27, 2)5
Situado à Norte da Acrópole6, sua