O simbolismo do Caboclo de Lança dentro do Maracatu

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1. INTRODUÇÃO
O maracatu é um ritmo tradicional do nordeste brasileiro. Nas cidades do
Recife e Olinda, o coração do estado pernambucano, o maracatu desenvolveu-se a mais de 400 anos, com raízes da música e tradição dos escravos provenientes da
África.
Conhecemos três tipos de maracatu, ambos representantes do folclore e expoente no carnaval pernambucano e nordestino, são eles: o maracatu de baque virado, também conhecido maracatu nação, o maracatu de baque solto, conhecido como maracatu rural ou de orquestra e o maracatu cearense.
Mário de Andrade, no capítulo Maracatu de seu livro Danças Dramáticas
Brasileiras II, elenca diversas possibilidades de origem da palavra maracatu, entre elas uma provável origem americana:
Maracá = instrumento ameríndio de percussão; catu = bom, bonito em tupi; marã = guerra, confusão;
Marãcàtú, e depois maràcàtú valendo como guerra bonita, isto é, reunindo o sentido festivo e o sentido guerreiro no mesmo termo.
No entanto, sua origem e história não é certa, pois alguns autores ressaltam que o maracatu nasceu nos terreiros de candomblé, quando os escravos reconstituíam a coroação dos reis do Congo. Com o advento da abolição, este ritual ganhou as ruas, tornando-se um folguedo carnavalesco.
Muitos confundem maracatu de baque solto com o maracatu de baque virado e alguns até acham que é a mesma coisa, lerdo engano, pois há diferenciações gritantes entre eles. Tais diferenças vão desde a história de seu surgimento, a métrica do ritmo e seus instrumentos como também seus personagens.
Ao contrário dos Maracatus de Baque Virado ou Nação, que têm suas origens em cortejos de reis africanos, o Maracatu de Baque Solto, também chamado de
Maracatu de Trombone, de Orquestra ou Rural, tem suas origens na segunda metade do século passado e deve ser uma transfiguração dos grupos chamados Cambindas
(brincadeira masculina, homens travestidos de mulher). O maracatu de baque solto foi criado posteriormente ao maracatu de

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