O senhor da guerra

Analise da música O senhor da guerra, do cantor raul seixas para analisar semelhanças com os pensamentos de Heráclito e Nietsche.

Para Heráclito, tudo muda o tempo todo, nada é definitivo. A vida é uma constante transformação e, a essa mudança deu-se o nome de Devir. Esta luta de opostos, ao invés de gerar o caos, determina a harmonia do universo, garante a estabilidade de tudo.
Nietzsche enfatiza a disputa e diz que não existe separação entre o homem e a natureza. Diz que nossas características primitivas como a crueldade e violência ainda fazem parte da nossa condição humana.
Na música “O Senhor da Guerra” de Raul Seixas, é possível identificar os dois pensadores. De forma irônica, Raul nos faz pensar nos bastidores das guerras. Em trechos como “evita a superpopulação, é dinheiro pra quem sabe ganhar e isso faz o mundo girar” o cantor destaca a constante transformação da vida, uma mudança originada pelo conflito de contrários, nesse caso a guerra, uma disputa que envolve as qualidades primitivas do homem. De uma forma cruel, as guerras realmente controlam a superpopulação. O cantor enfatiza também que as guerras se tratam de dinheiro e a economia faz o mundo girar. Aqui encontramos tanto a ideologia de Heráclito quanto de Nietzsche.
Financeiramente as guerras custam bilhões aos cofres de seus países, movimentando diversos setores da economia. Isso sem falar no pós-guerra, onde os países que “sediaram as batalhas” precisam ser reconstruídos.
Outra colocação interessante é a frase “O negócio é ter o mundo na mão” que nos faz pensar nas motivações para uma guerra. Seriam estas motivações o último recurso para a resolução de conflitos impossíveis de resolver através de outras alternativas ou seriam a necessidade humana de ter o domínio de tudo mesmo que através da violência?