O RESPONSÁVEL IRRESPONSÁVEL: QUEM PARIU MATEUS QUE O BALANCE! – A FUNÇÃO DE EDUCAR OUTORGADA À ESCOLA COMO CONSEQUÊNCIA DA LIQUEFAÇÃO DA FAMÍLIA EM BAUMAM

3586 palavras 15 páginas
O RESPONSÁVEL IRRESPONSÁVEL: QUEM PARIU MATEUS QUE O BALANCE! – A FUNÇÃO DE EDUCAR OUTORGADA À ESCOLA COMO CONSEQUÊNCIA DA LIQUEFAÇÃO DA FAMÍLIA EM BAUMAM
Thiago Pelogia (G-CCHE-UENP/CJ)
Resumo: O que é ser responsável por um menor? O que é a responsabilidade? Ou o que é uma família? Quando Ulrich Beck foi entrevistado por Jonathan Rutherford em 1999 ele falou sobre “categorias e instituições zumbis”, que estão “mortas e ainda vivas”. E entre essas categorias e instituições ele menciona a questão da família como um exemplo desse fenômeno. Zygmunt Baumam, quando escreve seu livro Modernidade Líquida usa das considerações de Ulrich Beck para ratificar seu conceito de liquefação dos sólidos na modernidade contemporânea: o poder é agora desvio, evitação e rejeição de qualquer responsabilidade pelas consequências de tudo, e esse poder “líquido” e “volátil” condiciona as ações humanas nesse mesmo sentido. A problemática da crise da educação tão discutida no plano teórico e nos interiores das salas de professores em reuniões e mais reuniões é colocada à luz dessa dinâmica da modernidade líquida descrita por Baumam, partindo da problemática da liquefação do “sólido” família enquanto grupo de referência predeterminado e estipulador de parâmetros. Percebe-se então que a mentalidade do poder líquido, atingindo a estrutura familiar, age efetivamente nos indivíduos que, agentes na relação de poder dentro da família, buscam menos responsabilidades possível quanto ao processo de educação em nível familiar e essa problemática repercute consequentemente no processo de ensino e aprendizagem dentro da escola.
Palavras-chave: Modernidade Líquida. Família. Responsável. Educação.
Introdução
Quando nos dispomos a olhar para nossa realidade contemporânea enquanto sociedade, analisando os diversos aspectos da vivência humana, bem como todas as suas relações e empasses, podemos perceber de modo claro e latente, sem rodeios ou subjetivismos, que é certo que a modernidade em que

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