O projeto caminho de volta e o suporte psicossocial
Como o projeto utiliza-se do Suporte Psicossocial? O eixo psicossocial é tão fundamental quanto o banco de DNA. O suporte envolve uma entrevista inicial com um dos psicólogos do PVC e aplicação de um questionário com perguntas sobre o desaparecido, sobre a história familiar e as circunstâncias do desaparecimento. Depois desta entrevista inicial, a família é convidada a retornar mais três vezes, em intervalos de 15 a 20 dias. Se a criança retornar neste período, é pedido que a família também a traga nas entrevistas, pois lhe será aplicado um outro questionário e assim teremos duas versões sobre o mesmo fenômeno.
Precisamos investigar as causas do desaparecimento uma vez que a reincidência das fugas, principal tipo de desaparecimento infanto-juvenil, é muito alta. As fugas podem ocorrer devido a problemas de relacionamento familiar, que vão desde conflitos do cotidiano até casos de violência doméstica, incluindo maus tratos e abuso sexual infantil. muitas crianças e adolescentes fogem devido a uma dinâmica familiar frágil, com familiares envolvidos com alcoolismo, drogas e marginalidade.
O problema é que, uma vez nas ruas, as crianças e jovens ficam mais vulneráveis para entrarem no tráfico de drogas, no consumo e na exploração sexual infantil. As fugas também ocorrem por desejo de conhecer outros lugares, aventura e até perdas, isto é, a criança se perde e não consegue voltar para casa.
No que este suporte ajuda exatamente? As entrevistas nos possibilitam identificar o que está acontecendo no Núcleo familiar para podermos encaminhar a família e a criança/adolescente para os serviços da rede psicossocial da cidade de São Paulo.Como está organizado este suporte? Como ele acontece? Diariamente, um psicólogo do PCV fica de plantão das 09:00 às 17h na 2ª delegacia de pessoas desaparecidas do departamento de homicídios e de proteção à pessoa – DHPP, localizado na rua Brigadeiro Tobias,