O PRECONCEITO RACIAL ESCOLAR NOS CONTOS “O ANJO” DE DÉBORA GARCIA, “FAMÍLIA” DE MIGHIAN DANAE E “BAOBAS” DE DENISE LIMA.

5411 palavras 22 páginas
O PRECONCEITO RACIAL ESCOLAR NOS CONTOS “O ANJO” DE DÉBORA GARCIA, “FAMÍLIA” DE MIGHIAN DANAE E “BAOBAS” DE DENISE LIMA.

Ana Carolina Melges Pastorello Rocha

As reflexões que seguem têm por objetivo propor um estudo do preconceito racial escolar nos contos “O anjo” (2011) de Débora Garcia, “Família” (2011) de Mighian Danae e “Baobás” (2011) de Denise Lima. Conceitua-se preconceito racial por “ato de discriminar uma pessoa tendo como base sua raça/cor da pele, com a intenção de preteri-la, ofendê-la, excluí-la ou inferiorizá-la. Pode ser um ato explícito, dirigido diretamente à pessoa-alvo, ou um ato camuflado” (MARTINS; MUNHOZ, 2007, p.56). Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (1998, p.7), a escola deve constituir-se em um ambiente de respeito e acolhimento da vez, da voz, da diferença, da diversidade; conhecer e valorizar a pluralidade sociocultural brasileira, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de etnia. São inúmeras as situações no movimento escolar que podem gerar riquíssimas oportunidades para ensinar e aprender sobre as diferenças e as diversidades tão presentes na sociedade brasileira.
Isabel Aparecida dos Santos (2001) define a atuação escolar como impulso de uma atuação cultural e política que transforma o indivíduo e suas relações sociais e, consequentemente, a própria sociedade.
São diversos os autores afro-brasileiros que retratam em suas obras o preconceito racial no âmbito educacional, e, neste trabalho, apresentam-se três contos para a reflexão sobre esse tema.

1 “O anjo” de Débora Garcia
O conto “O Anjo” (2011) de Débora Garcia é um texto figurativo que nos apresenta a história de Inácio, um bombeiro, que em um determinado momento da narrativa, relembra e reconta um acontecimento marcante de sua infância.
Inácio estava no quartel quando escuta o anúncio do filme “O Auto de Natal”. Nesse momento ocorre uma fuga mental da

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