o populismo no brasil

A autora propõe analisar o populismo no Brasil, a partir de um mito fundador, e para explica este mito ela parte de uma matriz teológico-politica como ferramenta para explicar detalhadamente o populismo brasileiro.
“[...] um mito fundador que se exprime, do lado dos dominantes, na ideologia populista e, do lado dos dominados, no messianismo.” (p.19 )
Governos populistas tendem a governar sem mediações politicas, mantendo uma relação mais direta com a população, e que por muitas vezes, realizam-se através da tutela e do favor. O poder populista é uma forma de autoritarismo politico, já que é caracterizado por uma autocracia do governante. O messianismo dos governados, juntamente com as características já citadas, é talvez, o que mais contribui para o populismo, pois é através do messianismo, que a população é levada a buscar um governante que reflita o carisma de um herói e não de um politico.
“[....] um mito fundador é aquele que não cessa de encontrar novos meios para exprimir-se, novas linguagens, novos valores e ideias, de tal modo que, quanto mais parece ser outra coisa, tanto mais é a repetição d si mesmo.” (p.21)
Este mito é enraizado por uma matriz mítico-teocrática, e são baseados em quatro pontos principais. No primeiro, a autora usa a expressão “visão do paraíso” que ela designa como “a elaboração mítica do símbolo “oriente”“. O segundo é a “perspectiva providencialista Agostiniana”. O terceiro ponto é o milenarismo de Joaquim de Fiore. E o quarto elemento é a elaboração jurídico-teocentrica da figura do governante.
Chauí discorre sobre o significado da palavra oriente, e as suas varias atribuições. Nos diários de bordo dos navegantes e dos evangelizadores jesuítas, a palavra oriente é um símbolo, que indica uma região. Mas oriente também é o símbolo do jardim do Éden, e é nesta concepção que, a literatura da época busca a localização e a descrição do paraíso terrestre. É com base nesses livros que os navegantes vão para o mar, em busca deste