O pequeno pássaro francês

O pequeno pássaro francês

O espectador até pode tê-la visto em outro filme, mas com certeza não irá reconhecer a doce e delicada Marion Cotillard no papel central do drama musical Piaf - Um Hino ao Amor. Ela contracenou com Russell Crowe em Um Bom Ano, foi a obsessiva Mal do filme A origem, foi coadjuvante em filmes diversos como o herético Maria, de Abel Ferrara, o romântico Eterno Amor, de Jean-Pierre Jeunet, e o delirante Peixe Grande e Outras Histórias, de Tim Burton, isso sem falar nas três partes do blockbuster francês Táxi. Mas absolutamente nada se compara à impressionante personificação que ela oferece como Edith Piaf, um dos maiores ícones franceses do século XX.
Interpretar personalidades reais normalmente exige uma entrega maior do ator/atriz. Mas alguns levam isso para outro nível e realmente encarnam essas pessoas, de um modo tão apaixonado que nos faz esquecer que é apenas alguém interpretando. Se nas atuações masculinas tivemos isso em Phillip Seymour Hoffman (Capote) e Sean Penn (Milk), aqui a Edith Piaf de Cotillard foi boa o suficiente para ser considerada a grande atuação feminina da década.
A atriz se sobressai em uma interpretação igualmente forte, visceral. Podemos sentir o sofrimento da cantora, sua obsessão com a música. Seria fácil cair no melodrama, mas Cotillard, nas mãos do diretor Olivier Dahan emociona sem se tornar piegas.
Confesso que meus olhos encheram de lágrimas ao ascender as luzes da sala de cinema após assistir esse filme que acabava de entregar o Oscar 2009 de melhor atriz a Marion Cotillard. Atuações ditas “mediúnicas” como a de Cotillard desafiam os leigos a encontrar palavras que façam jus ao que foi visto na tela.

CRITICA PROFISSIONAL
"Paguei o maior vexame hoje na abertura do 57. O festival de cinema de Berlin. Quase morri chorando assistindo a La Mome - La Vie en Rose (Piaf - Um Hino ao Amor), o filme francês (de Olivier Dahan) que Dieter Kosslick escolheu para a inauguracão do evento. Estava me achando