o pequeno principe
E depois, talvez com um pouco de melancolia, acrescentou ainda:
— Quando a gente anda sempre em frente, não pode ir muito longe…
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— Exato. É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar — replicou o rei.
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— Admirar significa reconhecer que eu sou o homem mais belo, mais bem-vestido, mais rico e o mais inteligente de todo o planeta.
— Mas só tu moras no teu planeta!
— Dá-me esse prazer. Admira-me assim mesmo!
— Eu te admiro — disse o principezinho, dando de ombros. — Mas de que te serve isso?
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E ele se sentiu profundamente infeliz. Sua flor lhe havia dito que ela era a única de sua espécie em todo o Universo. E eis que havia cinco mil, iguaizinhas, num só jardim!
“Ela teria se envergonhado”, pensou ele, “se visse isto… Começaria a tossir, simularia morrer, para escapar ao ridículo. E eu seria obrigado a fingir que cuidava dela; porque senão, só para me humilhar, ela seria bem capaz de morrer de verdade…”
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— Criar laços?
— Exatamente — disse a raposa. — Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo…
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— Vai rever as rosas. Assim, compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te presentearei com um segredo.
O pequeno príncipe foi rever as rosas:
— Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu a tornei minha amiga. Agora ela é única no mundo.
E as rosas ficaram desapontadas.
— Sois belas, mas vazias — continuou ele. — Não se pode morrer por vós. um passante qualquer sem dúvida pensaria