O papel do jornal na sociedade

1551 palavras 7 páginas
O papel do jornal na sociedade

Por Edmilson Sanches em 04/07/2006 na edição 388

Quando acordaram há 60 anos, naquela manhã de 30 de junho de 1945, os moradores de Nova York se depararam com uma inesperada notícia: Não havia notícias.

Como assim? Afinal, aquele parecia ser um ano histórico: bomba atômica sobre Hiroshima e Nagasaki; na Iugoslávia, vencidos os alemães, os vencedores matam-se entre si e Tito implanta o comunismo; em Berlim, o suicídio de Hitler; nazistas são julgados pelo Tribunal de Nuremberg; criação da ONU e do FMI... (Enquanto isso, no Brasil, afora a deposição de Getúlio Vargas, vai-se mesmo de letra e música: Drummond publica Rosa do Povo e Villa-Lobos termina suas Bachianas Brasileiras).

E agora? Bom, pelo menos para os moradores que fossem leitores dos oito principais jornais diários da maior cidade dos Estados Unidos, a solução seria a busca de fontes alternativas de informações. Porque durante aquele dia – e por pelo menos as duas semanas seguintes – seus jornais locais preferidos não chegariam à sua casa nem ao local de trabalho nem estariam disponíveis nas bancas: os entregadores declararam sua própria guerra e entraram em greve.

Foi aí que Bernard Berelson teve um estalo e, com outros pesquisadores, durante aquela estiagem de notícias, resolveu perguntar aos habitantes de Nova York ledores de jornais como é ficar sem eles, que falta os jornais lhes faziam.

O fascínio maior

Para qualquer lado que se vire, o jornal encontra quem o critique. Como o mais clássico – e o mais charmoso – representante dos meios de comunicação de massa, o jornal paga até hoje o preço que pioneirismos cobram – o qual nem os discursos de pretensa independência e tampouco a prática de denúncias contra "os poderosos" conseguem quitar. Isto porque, ao longo da História, jornais vieram-se impregnando de um vício de origem: relações de mal disfarçada dependência com pessoas ou instituições que detêm poder, seja este econômico, político ou

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