O papel de coordenador de grupos
Carmen Silvia de Arruda Andaló Universidade Federal de Santa Catarina
Os trabalhos com grupos, instrumental valioso nos espaços institucionais, vêm sofrendo um processo de banalização de cunho tecnicista. Este artigo pretende ser uma contribuição à reflexão sobre a coordenação de grupos. Afasta-se dos estudos sobre a personalidade dos coordenadores, propondo seu entendimento como o de mediadores entre o nível vivencial e a compreensão crítica. Isso aponta seu caráter constitutivo nos processos grupais. Descritores: Psicoterapia de grupo. Dinâmica de grupo. Psicodrama. Liderança.
Na atualidade vem se dando cada vez mais ênfase aos processos grupais, o que torna o conhecimento sobre os mesmos um instrumental valioso e até mesmo imprescindível, seja em termos de eficácia para atingir objetivos ou realizar tarefas (rendimento), seja para detectar lideranças, obter coesão, resolver conflitos e tensões, etc. Quer se trate de grupos de trabalho, pedagógicos, institucionais, comunitários, de lazer, psicoterapêuticos, ou de outra natureza, impõe-se a necessidade de ampliar o saber sobre essa área, considerada privilegiada no campo da Psicologia Social. O interesse pelos processos grupais pode ser facilmente constatado através da proliferação, tanto de publicações sobre "jogos" e as famosas "dinâmicas de grupo," como da demanda de trabalhos com grupos em contextos os mais variados. Tem-se observado, no entanto, um processo de banalização preocupante numa perspectiva claramente tecnicista, dando a falsa impressão de que coordenar grupos é uma atividade simples e que não requer maiores conhecimentos teóricos, além do domínio de alguns "jogos," "técnicas" e "dinâmicas" superficiais aplicadas geralmente à revelia do movimento grupal. É comum pessoas solicitarem sugestões de alguma "tecnicazinha" para aplicar em um grupo cujas características o próprio coodenador do mesmo ignora completamente. Refletir sobre o papel dos coordenadores de