O papael da arte na formacao do indivíduo em Moçambique

Introdução
Hamilton A. Membir
Com este artigo, intitulado “O papel da arte na formação do individuo em Moçambique”, temos como o objectivo principal demonstrar parte da relevância que a arte pode tomar na formação do novo homem em Moçambique, visto que amiúde, assiste-se nos diversos quadrantes da nossa sociedade a marginalização da arte e do próprio artista, visão esta que não enxerga a importância da arte para desenvolvimento do país. Tentaremos aqui e dentro das nossas limitações desconstruir esta irrelevância no que se refere ao sector artístico.
Achamos que o sector artístico não tem sido tratado com a devida seriedade pelos nossos governantes, o que faz com que nós membros desta sociedade nos distanciemos do nosso papel de consumidores e vigilantes das artes no país, senão vejamos: no Changana, que é uma língua bantu do sul de Moçambique, arte é mintlango que literalmente significa brincadeira, e uma situação caricata e que muito nos preocupa, é que o Ministério da Cultura que é o órgão que vela pelas artes é vulgarmente chamado de ministério das brincadeiras. “A cultura é o parente pobre da educação” sentenciou o célebre pintor moçambicano Naguib, há alguns anos atrás quando o pelouro da cultura andava a reboque da educação. Tentaremos aqui também contrapor a opinião daqueles que defendem a arte como produto elitista, portanto não estando ao alcance das massas populares. Deste modo, tentaremos aqui ainda que sem esgotar todos argumentos demonstrar a importância das artes muito para além do papel lúdico.

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Cultura, arte e educação
Segundo Edward Tylor cultura é o complexo unitário que inclui o conhecimento, a crença, a arte, a moral, o direito, a religião, e todos hábitos, costumes e aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade.1
Roberto da Matta considera a cultura como um conjunto de regras que nos diz como o mundo deve ser classificado, nesta definição concluímos que a visão de Da Matta não difere muito de
Tylor