O nada do ente na Totalidade

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O Nada no Ente na Totalidade:
A colocação do problema do nada, no pensamento de Heidegger, corresponde a meditar sobre como o pensamento metafísico conceitua o nada na sua manifestação diante dos entes. Desse modo, o problema é ontológico, ou seja, procura compreender a partir de que ponto se pode alcançar o ser a partir do nada. Porém, se decorre uma aproximação entre ambos de maneira que na nossa referência com os entes tanto o ser quanto o nada estão em jogo, então como alcançaremos a singularidade de suas manifestações sem reduzi-los ao âmbito ôntico? Para isso, Heidegger repete continuamente no decorrer do seu pensamento: o ser não é um ente.
A afirmação heideggeriana de que o ser não é um ente deixa-se traduzir por uma obviedade na qual fatalmente concordamos sem pensar no que está em jogo nessa afirmação. Já que não se pode representar o ser da mesma forma que os entes. Além disso, temos de pensar no que está implícito na afirmação, o ser não é um ente, se o ser não seria aquele outro do ente em que mesmo se afastando de qualquer similaridade ôntica sempre está em ligação com ele. Contudo, Heidegger (2009: p.318) destaca que “O puro e simplesmente outro com relação ao ente é o não-ente”, essa frase procura evidenciar que em sua negação o ente possui alteridade para aquilo que ele não é, sendo que essa negação do ente não propicia a pensarmos o nada se essencializando como o ser, mas que deve-se pensar o nada não como negação do ente, mas como o outro do ser, ou seja, na medida em que o ser se essencializa no ente ocorre uma entrada do nada no ente por meio de sua essência.
Essa essência do nada se estabelece por meio do nadificar do ente, ou seja, provoca-o em sua negação. Porém, Heidegger analisa que o nada concerne a mais alta negação na qual o próprio entendimento faz uso para emitir a validade negativa dos juízos. Sendo que “não há o nada” porque ele está subsumido na negação e a todo e qualquer não, ao contrário, tanto o não quanto a negação tem o

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